Quadro representando a Proclamação da República |
O primeiro golpe
Embora seja comumente chamado de “proclamação”, o movimento que deu início à república no Brasil pode ser facilmente caracterizado como um golpe de estado. O primeiro de tantos do período republicano. A explicação é fácil: sem apoio popular, os militares derrubaram um imperador e um sistema de governo legítimo, constitucional, que ali estava por aclamação popular, desde a independência.
O movimento republicano existia, mas não tinha adesão da população, e de maneira legal dificilmente conseguiria chegar ao poder em tais circunstâncias.
“É golpe quando você tem uma movimentação política que coloca fim a um Estado legalmente constituído. A gente pode concordar ou não com a monarquia, mas era constitucional”, opina a antropóloga e historiadora Lilia Moritz Schwarcz.
Diversidade
O Brasil já teve 37 Presidentes, de diferentes profissões e ideologias políticas. Isso contabilizando-se todos os governantes que já chegaram ao poder (excluindo então os que não tomaram posse, como Tancredo Neves), de forma ditatorial ou não.
Democracia?
Contabilizando-se os presidentes que chegaram ao poder pelo voto direto, tivemos 25, incluindo os que chegaram ao mandato como vices, em substituição ao até então presidente por determinada razão.
Instabilidade
Já se olharmos o número de presidentes eleitos pelo voto direto e que concluíram o mandato, esse numero cai para 11. Se contabilizarmos apenas os últimos 90 anos, apenas Eurico Gaspar Dutra, Juscelino Kubitschek, Lula, FHC e Dilma (1º mandato) foram eleitos pelo povo e concluíram o mandato com êxito.
O povo se amarra
Desde que foi aprovada a polêmica emenda da reeleição, no governo de Fernando Henrique Cardoso, todos os presidentes conseguiram se reeleger. Foram eles: o próprio FHC, Lula e Dilma (cassada).
Teve bis
Em toda a história republicana do Brasil, dois presidentes já sofreram um processo de impeachment: Collor em 1992 (renunciou) e Dilma em 2016 (cassada).
Coincidência?
Collor e Dilma foram os únicos presidentes do Brasil formados em economia.
Instabilidade²
No período republicano, que já dura 127 anos, o Brasil já teve seis Constituições Federais: as de 1891, 1934, 1937, 1946, 1967 e 1988, sendo a última delas a de 1988, ainda em vigor.
Estabilidade
A maior potência mundial, os EUA, também uma república, acumula apenas uma carta magna desde sua independência. Como era o exemplo do Brasil da independência até o fim do Império, que funcionava com a Constituição de 1824, outorgada por Dom Pedro I.
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Crença… ou descrença
A maioria absoluta dos presidentes do Brasil foram católicos. Apenas Café Filho e o militar Ernesto Geisel tinham o protestantismo como religião. Não se sabe ao certo a posição religiosa de Dilma, recentemente impeachada. Michel Temer, atual presidente, é católico.
Instabilidade³
A república no Brasil teve fases: a República Velha (1889-1930), a Era Vargas (1930-1945), o Regime Liberal Populista (1945-1964), o Regime Militar (1964-1985) e a Nova República (1985-atual).
Herança
As cores verde-amarelo da bandeira do Brasil, mesmo que tenham adquirido oficialmente outros significados ao longo dos anos, teve sua temática derivada da época imperial, com a cor verde em referência à casa de Bragança, da qual fazia parte D. Pedro I, ao passo que a amarela simbolizaria a casa de Habsburgo, da qual fazia parte a imperatriz D. Leopoldina.
Herança²
O brasão republicano, embora tenha sofrido reformulação mais brusca que a bandeira, também carrega símbolos adquiridos na monarquia, como o ramo de café e o de fumo.
Experiência
A república brasileira já foi, por um curto espaço de tempo, parlamentarista. O povo, em plebiscito, porém, escolheu trazer de volta o sistema presidencialista.