Os Diferentes Tipos de Calendários - Parte II


Por: Ricardo Schmidt

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Como continuação, agora vamos ver os dois calendários que mais influenciaram o mundo, o calendário juliano e o gregoriano.




Calendário Juliano

Foi proposto pelo ditador/imperador de Roma, Júlio César, no ano de 708 a partir da fundação de Roma, ou no ano de 46 A.C. no calendário cristão atual. Entrou em vigor no ano de 709 (47 A.C.), a partir de primeiro de janeiro. O calendário juliano possui 365 dias a cada três anos, e no quarto ano ele teria 366 dias, para compensar, pois a Terra dá uma volta ao redor do Sol em 365,24217 dias ou 365 dias e 48 minutos, mais rapidamente do que o calendário juliano, 365 dias e 6 horas dias 







Anno Domini


Em português "Ano do Senhor", é a medida de anos usada atualmente. Ao invés de contar o tempo a partir da fundação de Roma, foi proposto contar os anos a partir do nascimento de Jesus Cristo. Essa forma de calcular os anos foi proposta pelo Monge Dionísio Exíguo, nascido em Cítia Menor mas morador de Roma, tradutor de de várias encíclicas papais e documentos da Igreja do Grego para o Latim. Seu objetivo principal do novo calendário era calcular a data da Páscoa. 





Na Europa, foi popularizado principalmente por Carlos Magno, a partir do ano 800. A partir daí, foi se popularizando pelo resto da Europa, Rússia, e só depois para o resto do mundo. 







Calendário Gregoriano


O calendário gregoriano é o calendário utilizado atualmente pela grande maioria das nações. Muito similar ao calendário juliano, foi proposto pelo padre jesuíta alemão Cristóvão Clávio, pois o calendário juliano ao passar do tempo foi se desatualizando, então Cristóvão propôs que o novo calendário omitisse 1 dia extra a cada 3 num intervalo de 400 anos. O ciclo do calendário gregoriano é de 400 anos, nos quais 303 são anos regulares e 97 são anos com 1 dia extra. 1 ano gregoriano tem 365 dias, 5 horas, 49 minutos e 12 segundos. 





A principal razão da mudança de calendário foi pelo cálculo da data da Páscoa, que não estava mais correspondendo à realidade. O nome do calendário vem do Papa Gregório XIII, o qual solicitou a mudança e a aplicou na bula papal Inter gravissimas, de 1582. 




O calendário foi logo adotado pelas nações católicas, enquanto as nações protestantes e ortodoxas adotaram o novo calendário muito tempo depois. Todos teriam de adiantar 10 dias do calendário. As nações que demoraram mais para adotar o calendário tiveram de adiantar mais dias. 


Adoção: 

1582: Espanha, Portugal, França, Polônia, Itália, Países Baixos Católicos, Luxemburgo e colônias
1584: Reino da Boêmia

1610: Prússia
1648: Alsácia
1682: Estrasburgo

1700: Alemanha, Cantões Suíços, Países Baixos Protestantes, Noruega, Dinamarca
1752: Grã-Bretanha e colônias
1753: Suécia e Finlândia

1873: Japão
1875: Egito
1896: Coréia

1912: China, Albânia
1915: Letônia, Lituânia
1916: Bulgária
1918: Rússia, Estônia
1919: Romênia, Iugoslávia
1923: Grécia
1926: Turquia




Extra: Calendário Revolucionário Francês

Por um período de 12 anos, de 1793 a 1805, a França mudou seu calendário para remover quaisquer referências monárquicas e religiosas. Cada semana tinha 10 dias, para confundir os cristãos com a celebração dominical (no sétimo dia). Cada dia teria também 10 horas, e todos os dias da semana e meses do ano mudaram de nome. O ano 1 seria o ano do começo da revolução, ou seja, 1789. 





O calendário só teve fim por decreto de Napoleão em 1805.