O arco-íris no cinema em preto e branco

Post enviado por Pauloncé


O começo do século passado era sem dúvidas mais conservador. Assuntos como liberdade sexual feminina e homossexualidade nem eram discutidos com tanta proeminência como  é hoje.

Embora houvesse essa áurea que bloqueava o modo de ser e agir das pessoas, alguns ousaram por mostrar no cinema algo inédito que costrastava com a realidade da época.

É o caso do curta-metragem Dickson Experimental Sound Filme (1894), dirigido e estrelado por William Kennedy Dickson. O curta de 17 segundos mostra dois homens dançando como se fossem um casal. 



Mas foi só em 1927, que pela primeira vez o público se deparou com um beijo gay nas telas do cinema. Foi no filme Asas, dirigido por William A. Wellman, que conta a história da amizade de dois pilotos que é abalada quando eles se apaixonam pela mesma mulher.

Embora com a cena ousada pra época, o filme levou o principal prêmio da noite no Oscar, o de filme do ano.

Houveram outros filmes que retrataram homossexuais nesse intervalo de tempo, alguns de maneira muito sutil e outros de forma estereotipada que apenas serviam pra alívio cômico, como em Priscila a Rainha do Deserto.

No final do século XX o filme Meninos não choram discutiu a transexualidade, a atriz Hilary Swank foi responsável por dar vida a um homem trans, ela foi premiada com o prêmio de melhor atriz no ano seguinte. 

Em 2005, outro filme que abordava a homossexualidade foi o Segredo de Broke Break Mountain que contava a história de dois cowboys que se apaixonavam um pelo outro e que precisavam lidar com esse amor proibido na época. O filme faturou três
Oscars em 2006, melhor diretor, melhor roteiro adaptado e melhor trilha sonora.

E em 2008 Sean Penn interpreta o ativista gay Harvey Milk, o primeiro homossexual a ocupar um cargo público na Califórnia. O ator ganhou o Oscar de melhor ator por sua interpretação.

Uma curiosidade é que tanto Sean Penn quanto Hilary Swank possuem dois Oscar cada um por melhor atuação e ambos ganharam um por interpretarem personagens LGBT.

Hoje existe mais liberdade pra tratar esses temas no cinema, filmes como Azul é a cor mais quente, Moonlight e Me chame pelo seu nome estão aí pra quem quiser assistir e atendem uma demanda de pessoas que querem se ver representadas nas histórias, mas isso tem sido colocado desde muito tempo por pessoas que ousaram contrapor a época em que viviam.