Breve História da Pedra de Roseta


Por: Ricardo

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Pedra de Roseta no British Museum 


A Pedra de Roseta é um dos objetos mais preciosos para linguistas e historiadores do mundo inteiro. Mas o que há de tão especial com essa pedra? 

A antiga linguagem dos egípcios é uma das línguas mais antigas a serem escritas. Sua escrita se fazia através de hieróglifos, aqueles famosos "desenhos", com vários elementos como olhos, aves, gatos, e outras imagens típicas do Egito Antigo. 



Hieroglíficos


O egípcio antigo durou cerca de 2600 a.C. até 2000 a.C. Esse foi o período mais clássico da linguagem e da escrita. Foi também a época da construção das pirâmides.

Após muito tempo, a linguagem evoluiu para o demótico, que durou cerca de 650 a.C até o século V d.C. Essa foi a linguagem das últimas dinastias egípcias, das dinastias gregas no Egito e depois da época do Império Romano. 



Ilustração de como a pedra seria antigamente


Foi justamente na época dos gregos no Egito que a pedra de Roseta foi sendo escrita. A Pedra é um exemplo único e a principal chave para o entendimento do egípcio antigo para a modernidade. A Pedra foi originalmente escrita em 3 linguagens, o egípcio antigo, o demótico e o grego. O conteúdo escrito é um decreto do rei Ptolemeu V. O decreto trata do culto ao rei como Deus, de impostos, e de outras questões de fé.

Muito tempo depois é que a pedra foi finalmente redescoberta. Nesse tempo, o Egito foi dominado pelo Império Romano, pelo Império Bizantino, pelos árabes islâmico e pelo Império Otomano. 


Bonaparte na Esfinge, Jean-Léon Gérôme, 1867-68


Em 1798, Napoleão começou uma grande expedição e invasão ao Egito. A ocupação francesa durou de 1798 a 1801. Após isso, o Egito teve outra dinastia de poder, porém sob influência direta dos britânicos.

A re(descoberta) aconteceu em 1799. A Pedra foi levada para a Europa por um navio francês, porém o mesmo foi abordado e a pedra tomada por britânicos antes mesmo de chegar na França. Após a Pedra chegar na Inglaterra, começou-se seu estudo. As primeiras traduções aconteceram em 1803, com o texto em Latim e Francês. 

Até hoje a Pedra encontra-se no Museu Britânico (British Museum), sendo um dos objetos mais vistados. 


Trecho do Decreto

"Os sumos sacerdotes e profetas [...] e todos os outros sacerdotes que vieram de todos os santuários do país a Mênfis ao encontro do rei, [...] declararam: [...] o rei Ptolemeu [...] tem sido um benfeitor para com os templos e para aqueles que aí habitam, como também para todos aqueles que são seus súbditos; [...] se mostrou benfeitor e consagrou aos santuários receitas em dinheiro e em trigo e tem suportado muitos gastos para conduzir o Egipto à tranquilidade e para assegurar o culto; e que tem sido generoso utilizando todas as suas forças; e que, das receitas e impostos cobrados no Egipto, tem suprimido alguns e aligeirado outros para que o povo e todos pudessem prosperar sob o seu reinado"

Trad. J. Candeias Sales e Helena do Carmo Manuelito (2007). Feita a partir de trad. para o inglês, de Carol Andrews (1983). 

Fontes:
https://www.descobriregipto.com/quem-escreveu-os-hieroglifos/
https://blog.britishmuseum.org/everything-you-ever-wanted-to-know-about-the-rosetta-stone/
https://shannonselin.com/2017/07/napoleon-pyramids/
https://wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Bonaparte_ante_la_Esfinge,_por_Jean-L%C3%A9on_G%C3%A9r%C3%B4me.jpg
https://en.wikipedia.org/wiki/Rosetta_Stone
https://en.wikipedia.org/wiki/History_of_Egypt
https://pt.wikipedia.org/wiki/Pedra_de_Roseta