Pra Quem Você Tira o Chapéu? - Eloísa



Saudações Hímeros!

Hoje a convidada é uma pessoa muito especial. Conhecedora da literatura como ninguém, admiradora da grande atriz Amy Adams e uma figura feminina bastante carismática, hoje temos Lois Lane, que encontrou um espaço na sua agenda pra dizer pra quem tira ou pra quem não tira o seu chapéu.



Alisson Mack


Confesso que conheço a Alisson Mack apenas pela sua participação na série "Smallville". Gosto da personagem dela, mas a minha relação com a atriz não passa disso. Devido às polêmicas que envolvem Mack ao culto sexual, é impossível tirar o chapéu para ela. Pergunto-me o motivo que leva uma pessoa a fazer o que ela fez. É algo inacreditavelmente maldoso, banal, imoral, etc.



Movimento #MeToo


É um movimento importante para a indústria cinematográfica, porque em Hollywood há incontáveis casos de assédio sexual. É um lugar podre por dentro. Aliás, todos deveriam ler "Um Estranho no Espelho" de Sidney Sheldon. O autor faz um retrato fiel dos bastidores do cinema. Felizmente, o cenário está mudando. Porém, muitas atrizes usam o #MeToo para fins particulares, mostrando que são hipócritas. Apesar disso, tiro o chapéu, porque seria injusto para com aquelas que realmente tiveram nobres intenções.



Kevin Spacey


Ele é um ator excelente e conheço vários dos filmes dele, mas fiquei enormemente decepcionada e chocada ao ficar sabendo do seu histórico de assédio sexual. As justificativas dele também não foram nem um pouco plausíveis. Foi algo realmente desanimador. Lembro-me de assistir aos vídeos de defesa do Spacey. Ele interpreta o seu personagem de "House of Cards", Frank Underwood, mas a situação só piorou, porque o protagonista político da série da Netflix não deve ser usado como referência. Enfim. Não tiro o chapéu.



Serviços de Streaming


Os serviços de streaming sempre existiram, mas a Netflix foi de suma importância para a propagação deles. Eles facilitam a nossa vida e nos proporcionam entretenimento, devido à grande quantidade de conteúdo existente em seus catálogos. A bancada ainda nutre um grande preconceito em relação aos streamings, mas isso está mudando, seja pelas indicações ao Oscar dos filmes originais ou pelas nomeações ao Emmy das séries televisivas. Confesso que ainda utilizo o Torrent, mas também consumo Netflix e Amazon Prime. Quando o HBO Max chegar ao Brasil, entretanto, pretendo dar fim à assinatura de ambos para focar no último citado. Tiro o chapéu.



Johnny Depp


Diferentemente de muitas pessoas, não fui aquela que cresceu assistindo aos filmes da franquia "Piratas do Caribe" ou se apaixonou pelo Eddard das mãos de tesoura. Muitos podem não acreditar, mas foi há poucos anos que descobri que tanta gente nutre amor por esse ator. Não tenho muito o que falar sobre ele, mas a minha opinião a respeito do caso da Amber Heard é a de que ambos erraram e participaram de um relacionamento tóxico. Johnny realmente tem um comportamento questionável e Amber já teceu comentários desrespeitosos a respeito de domésticas. A decisão cabe à justiça. As brigas que envolvem as fã-bases de nada servem, pois são responsáveis por propagarem ódio. Também não concordo com as petições que existem para tirá-los de seus próximos projetos, porque ainda não há nenhuma resposta definitiva sobre o caso. Apesar disso tudo, não tiro o chapéu, pois como havia dito: não é um ator que admiro.



J.K Rowling


Sou amante de Literatura, mas não tenho o hábito de acompanhar as redes sociais dos autores com o mesmo afinco que tenho para fazer o mesmo pelos atores, por exemplo. Posso gostar da obra, mas não significa que terei interesse pelo autor. Quando se fala sobre a série de livros "Harry Potter", é impossível (para os fãs) não se lembrar da famigerada história de que "A Pedra Filosofal" foi recusado por muitas editoras. Tendo tudo isso em vista, a pergunta que fica é a seguinte: por que a escritora, mesmo após todo o sucesso da sua marca, continua usando o mesmo nome para novas publicações? O pseudônimo foi necessário na época em que ela escreveu os primeiros livros, mas ele ainda o é hoje? Mudando o foco da discussão, não tenho nada contra as declarações que ela faz a respeito de certos personagens, porque grande parte deles não recebeu uma descrição tão acurada para não serem alvos de ambiguidade. Além do mais, ela continua sendo a autora da história. Quando se trata de pronunciamentos, acredito que a Rowling deveria saber que vários dos seus fãs fazem parte da comunidade LGBTQIA+, portanto, certos comentários deveriam ser elaborados com mais cuidado. Não é uma questão de estar certa ou errada, porque não vivemos em uma ditadura de opinião. Nos primeiros rascunhos da minha resposta, optei por não tirar o chapéu para a autora. Porém, não estaria sendo coerente: J.K Rowling tem uma história linda de superação e seus livros são de suma importância para a comunidade leitora brasileira, que adquiriu o hábito de ler por causa deles. Tiro o chapéu, mas claro, tenho ressalvas quanto ao que foi apontado ao longo da resposta. Gostaria que todos pensassem neles.




Universo Estendido DC


Conheci o universo compartilhado da DC Comics em meados de 2014, porque fiquei sabendo que a Mulher-Maravilha faria a sua primeira participação no cinema em "Batman vs. Superman: A Origem da Justiça" (2016). Depois disso, conheci "Homem de Aço" (2013) e aguardei pelos próximos lançamentos da Warner Bros. que envolviam o selo. Sei que muitas pessoas não gostam dos filmes da DC alegando nº motivos, porém tenho um grande carinho pelos personagens que compõem o panteão da editora. Tive influência da minha família também, porque meus tios têm os boxes da série clássica da Mulher-Maravilha que foi protagonizada pela Lynda Carter, além dos DVDs de "Super-Amigos" e, querendo ou não, as animações da Hanna-Barbera serviram de ponte para que esse gosto pessoal fosse crescendo. Tiro o chapéu para esse universo compartilhado, porque mesmo tendo erros, ele também teve acertos e foi ousado em muitas questões. Questões essas que influenciaram todo o gênero cinematográfico. Até o figurino de personagens como Superman e Batman serviram de base para o de tantos outros personagens. Reparem na textura do uniforme da Stargirl ou no visual do Pantera Negra, por exemplo. Querendo ou não, a DC sempre se arriscou, mesmo nem sempre sendo bem-sucedida. Também adoro o universo estendido do Bruce Timm. As séries animada são excelentes.



James Gunn


Conheço e aprecio poucos trabalhos do Gunn. Sei que ele roteirizou o primeiro live-action do Scooby-Doo, e mesmo gostando muito do filme, devo dizer que o referido é melhor diretor que roteirista. Assistirei ao próximo filme do Esquadrão Suicida que foi dirigido por ele, mas também não posso deixar de dizer que tenho senso de humor, apesar de que, para mim, ele não envolve piadas envolvendo garotinhas... Elas foram tão desrespeitosas, que não tirarei o chapéu para ele, unicamente, por causa delas.



Patty Jenkins


A Patty Jenkins é a diretora de "Mulher-Maravilha" (2017), então não preciso dizer mais nada. Brincadeira. Gosto dela por achá-la uma diretora competente e com visões únicas. Seus filmes são bem pensados antes de saírem do papel. Também gosto das escalações que ela faz e dos profissionais (roteiristas, figurinistas, etc.) com quem ela já trabalhou em sua carreira. Jenkins é um grande nome feminino em Hollywood e serve de inspiração para muitas meninas aspirantes a cineastas. Ela não tem papas na língua e já bateu de frente até com o James Cameron, mostrando que não está para brincadeira. Tiro o chapéu, com toda a certeza.




Zack Snyder


Ele é um diretor que divide opiniões. Pessoalmente, gosto dos filmes dele. Eles têm uma assinatura própria, ou seja, personalidade. Como amante de cinema, é impossível não me aventurar pelas obras dele. Também gosto da visão que Zack atribuiu a alguns personagens da DC Comics, como o Lex Luthor, por exemplo. Ele também chocou a América do Norte ao abordar um dos seus maiores símbolos patriotas, que é o Superman, de uma maneira completamente diferente de suas versões anteriores. Todas as pessoas com quem ele já trabalhou o elogiam, e isso é muito importante em uma época de #MeToo. Também usa atores improváveis e desconhecidos, dando oportunidade a eles de se destacarem na indústria. Um exemplo claro disso é a escalação da Gal Gadot como Mulher-Maravilha. Tiro o chapéu.

---

Post escrito por Paulo / Eloísa
Edição: Douglas